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Falamos com os caras da Stringbreaker & The Stuffbreakers - Banda instrumental de Rock Blues

Foto do escritor: Blog da DPXBlog da DPX

Atualizado: 11 de nov. de 2020

por Dilson Siud


O Início, e o Mk-I

Blog da DPX. Falamos com os caras da Stringbreaker & The Stuffbreakers - Banda instrumental de Rock Blues. Guitarrista Guilherme Spilack

Em meados de 2014, o guitarrista Guilherme Spilack, ávido quebrador de cordas e justificador do nome do conjunto, já integrava a Children of the Beast, o maior cover do Iron Maiden na América Latina há dois anos, e chegou à conclusão de que também queria investir seu tempo em material autoral que se comunicasse mais proximamente com seus maiores ídolos da guitarra: Jimmy Page, Jeff Beck, Joe Bonamassa, e vários outros. Assim, começaram a nascer as primeiras composições, mesmo ainda sem baixista ou baterista definidos.

Mais tarde, Guilherme, que também atua como produtor musical, trabalhava no disco de estreia de um grupo de southern rock chamado Hellbilly Rebels, para inúmeros papos depois, perceber que tinha muito em comum com o baterista Sérgio Ciccone. A convergência foi tão natural, que hoje ninguém se lembra se Sérgio

Sérgio Ciccone baterista da banda instrumental Stringbreaker & The Stuffbreakers em ação na estrevista para o Blog da DPX.

foi convidado, se auto-convidou ou até mesmo se houve uma conversa antes que as baterias começassem a ser registradas.

Com as partes de Sérgio finalizadas, eles tinham dois terços de um disco nas mãos, mas ainda não haviam linhas de baixo, e foi aí que um convite feito por e-mail resolveu o problema.



No início de 2015, mais precisamente no dia 19 de Janeiro, Spilack entrou em contato com o respeitadíssimo Robinho Tavares, que conhecera em um evento no fim de 2014. O baixista, que ostenta uma extensa lista de trabalhos com grandes nomes como Ed Motta, Gal Costa e Luciana Mello, além de inúmeras obras autorais e serviços prestados à Rede Globo em diversas atrações da grade da emissora não só topou, como registrou sua participação com a característica agilidade de um renomado session man que é. Finalmente estava completo o primeiro álbum, homônimo, lançado no mesmo ano.


O Temporário, e o Mk-II

A agenda movimentada de Robinho o impediu de assumir quaisquer compromissos com a Stringbreaker & The Stuffbreakers, que queria, acima de tudo neste momento, fazer o que bandas fazem: tocar. Foi iniciada, então, a busca por um novo baixista.

Com a ajuda do grande amigo Nelson Donizeti, Sérgio e Guilherme contataram diversos músicos, que por possuírem suas ocupações, ficavam impedidos de assumir o posto.

Acontece que Nelson também era um homem dos graves.

Donizeti topou, então, integrar o trio para que eles pelo menos pudessem ensaiar, com a condição de que só ficaria até que um baixista definitivo aparecesse.

O tempo passou, e a cada encontro semanal, novas ideias passaram a surgir, e o segundo disco, “Re-Breaker”, nasceu naturalmente.



Sidewalk Rock

Já é conhecida a odisseia à qual bandas autorais se submetem ao tentar agendar shows, e não satisfeito com o número de datas que conseguia, o quebrador de cordas encontraria a solução, literalmente, nas ruas.

Por uma feliz coincidência, a prefeitura de São Paulo havia inaugurado um projeto onde a famosa Avenida Paulista se fechava para a circulação de carros nas tardes de domingo, convertendo a via em um extenso parque de asfalto onde pessoas levavam seus pets para passear, praticavam esportes... e assistiam manifestações artísticas.

Deu-se então o início do programa Sidewalk Rock, protagonizado pela Stringbreaker & The Stuffbreakers e Hellbilly Rebels, onde as bandas se apresentavam pelas calçadas da capital, transformando-as em um grande e inclusivo espetáculo. A iniciativa, junto de outros artistas, marcou o pioneirismo dos shows de rua, que anos mais tarde ocupariam inúmeras esquinas e disputariam espaço até mesmo com trios elétricos e DJ’s contratados por empresas locais.



O Menino do Interior, e o Mk. III

Depois do pequeno tempo provisório de Donizeti, que beirou os três anos e rendeu um disco de estúdio, registro ao vivo em vídeo e dezenas de shows, Guilherme foi informado pelo amigo Marco Espindula, de um baixista do interior de São Paulo, mais precisamente, de Pirassununga, a 200km da capital, que teria manifestado interesse ocupar a vaga. Outra feliz coincidência, tendo em vista que Nelson Donizeti já havia anunciado que encerraria sua participação nos próximos meses.

No final de 2017, Depois de um telefonema bastante intimidador para um oprimido Dilson Siud, que atendeu diretamente da sala de espera do dentista, foi marcado um ensaio para a mesma semana.

Blog da DPX. Falamos com os caras da Stringbreaker & The Stuffbreakers - Banda instrumental de Rock Blues. Baixista Dilson Siud

Algumas horas de som e muita conversa depois, firmava-se a terceira e atual formação da Stringbreaker & The Stuffbreakers, que estrearia oficialmente no Freedom Walk Music Fest, um evento totalmente produzido pela banda, que buscou movimentar o cenário autoral paulistano e contou com as participações do Mamamute e dos veteranos do King Bird.

Com ideias novas chegando, entre shows na rua e também em casas paulistanas, não demorou para que o terceiro álbum saísse do forno: em agosto de 2018, era lançado o “Brick in a Tie”.


U.S. Tour

Há tempos, Guilherme e Sérgio flertavam com a possibilidade de levar a música da Stringbreaker ao território estadunidense, e com a chegada do baixista definitivo, a conversa se tornou cada vez mais concreta.

Durante os meses de preparação, nos quais Sérgio contatou mais de uma centena de bares, casas de show e festivais, a banda seguiu com as atividades e lançou o primeiro registro ao vivo da formação: “Brick is Alive”, gravado no Manifesto Bar, em São Paulo, mais uma vez estampado por uma das geniais capas de Ricardo Bancalero.

Foi então que no dia 6 de Agosto de 2019, Guilherme, Sérgio e Dilson embarcaram para os EUA com um cronograma de 15 shows agendados ao longo de 30 dias.

Com o suporte do amigo Michael, a banda mostrou suas composições nos estados de Ohio, Pennsylvania, Nova Jersey e Nova York, tendo inclusive tocado em casas lendárias, como o Wilbert’s, em Cleveland, que já foi palco de mais de 90 artistas ganhadores do Grammy, dentre eles Jack White, Buddy Guy, Nina Simone e Billy Cobham. Na passagem pela Big Apple, o trio captou faixas para um lançamento em vinil, em colaboração com o selo norte-americano Silent Brew Records, responsável por de uma coletânea em fita K7 que se esgotou rapidamente. As apresentações no hemisfério norte também renderam um álbum ao vivo, o “Travel to the Northern Lands”.




2020


O ano de 2020 se iniciou com a expectativa do novo material no Brasil sendo freada pela pandemia do COVID-19, assim como no cancelamento de inúmeros shows, tanto autorais, quanto do cultuado espetáculo em tributo ao guitarrista britânico Jeff Beck, um dos destaques do conjunto.

Desde então, a Stringbreaker & The Stuffbreakers tem se concentrado no lançamento de material online e participado de entrevistas e podcasts, obedecendo as normas de isolamento social recomendadas pela OMS.

Falando na cara


Blog da DPX. Falamos com os caras da Stringbreaker & The Stuffbreakers - Banda instrumental de Rock Blues.

Guilherme Spilack (por Dilson Siud) Parei de contar quantas vezes me disseram “o guitarrista da sua banda parece o hippie do Pica-Pau” lá pela terceira vez, vencido pelo consenso. Entretanto, do “esse guitarrista da sua banda toca demais” eu perdi a conta, mesmo.

Discípulo de grandes heróis setentistas, menino Spilack vive música, respira guitarra, e até conseguiu me fazer perder um bode homérico de Les Paul’s construído no fim da adolescência.

Um dos maiores guitar nerds que conheço, é capaz de diferenciar modelos variados do mesmo equipamento com propriedade através de um simples olhar, e saber que tal habilidade foi adquirida através de uma extensa pesquisa pessoal, movida puramente pelo amor ao instrumento, só torna tudo mais admirável.

De uma eletricidade ímpar (o total oposto da minha calma exterior) e dono de uma paciência ligeiramente reduzida, o quebrador de cordas possui critérios avaliativos que vão muito além de onde o olho humano consegue enxergar, te dando a certeza de que se ele te quer na banda dele, é porque você dá conta do recado com competência.

Além de exímio instrumentista, fértil compositor, idôneo produtor e motorista provedor de fortes emoções, Guilherme não é um patrão, mas um líder nato, que sem meias palavras, toma decisões justas, ouve a todos e é o primeiro a defender qualquer um de nós em qualquer situação adversa que possa surgir. Sem que você peça, ele faz por você o que pouquíssimas pessoas fariam, qualidade rara, e prova de uma amizade sincera.

Sou extremamente grato por ter dividido minha primeira turnê internacional com este grande amigo, e mal posso esperar pelas próximas, para que eu possa assistir do melhor lugar da casa esse cara derrubar o queixo de dezenas de ouvintes de novo e de novo.

Sérgio Ciccone (por Guilherme Spilack) “Vamos fazer a boa?”, esse foi o jargão durante as gravações da Hellbilly Rebels, banda na qual o Sérgio tocava bateria no final de 2014, quando fui escolhido por eles para fazer a produção de seu álbum de estréia. Durante aqueles dias intensos de trabalho no estúdio descobri um baterista competente, criativo, com um modo extremamente ímpar de montar seu kit e com referencias que convergiam com as minhas.

As conversas começavam nas gravações e se estendiam para aquela boa e gelada cerveja depois do trabalho e isso foi o caminho para uma grande amizade, daquelas que atravessa tormentas e tempos difíceis. No meio disso, tomei coragem de mostrar as idéias que vinha trabalhando para o “meu disco”, que ainda não tinha nem banda, e vi no Sérgio grande interesse. Pensei comigo: “ta aí o cara que podia tocar esses sons, né?!”. Acho que ele deve ter pensado algo assim também, afinal o trabalho em parceria foi tão natural que não dá pra saber quem chamou quem.

A partir daí, além de um grande amigo, ganhei um parceiro de trabalho daqueles que todo mundo quer e poucas pessoas conseguem. Por sua forma peculiar de tocar, trouxe arranjos de bateria fora do comum, cobrindo espaços entre seus bumbos e caixas com uma infinidade de detalhes proporcionados por sua mão direita livre, já que ele conduz com a esquerda. Além da bateria, Sérgio passou pela guitarra, tocou baixo e foi muito ativo neste instrumento, participando de bandas como a Scarlet Wizard e o White Snake Cover Brasil. Ele ainda canta muito bem! Dotado de um ouvido excepcional, sempre aparece com aquela interjeição “por que você não tenta isso?”, e canta algo no tom, combinando com a melodia que estamos trabalhando.

Agilizado, mestre das gambiarras, meio Professor Pardal e sempre pronto pra resolver (ou ao menos tentar) um problema, Sérgio é o cara pra ter como companheiro numa cilada, e foram varias: geradores quebrando, rodas do carro quase ficando pela estrada e muito mais nesses anos de StringBreaker. Certamente essa parceria é um dos motivos para a banda resistir firme e forte tocando, lançando material, estreando nos palcos fora do Brasil e tudo mais nos últimos 5 anos. Só tenho agradecer no trabalho com esses “mininu”.

Dilson Siud (por Sérgio Ciccone)

Nosso menino dos graves, o maior bigode da banda o cara mais fotogênico do trio. O dono das camisas Agostínicas... que chegou na hora que a gente mais precisava, ocupando com maestria o seu lugar.

Dilson trouxe características sonoras diferentes, com seu lado mais Dark e influências do rock progressivo e dos clássicos do jazz, da noite, dos quadrinhos e filmes de terror, abriu nosso leque de idéias para novos horizontes.

Sendo um baixista mais "solista", acrescentou muito para o molho sonoro do trio, e logo de cara colocou sua própria "cara", mesmo nas composições concebidas quando ele ainda não era nascido (na banda, no caso), indo pra cima da galera nos momentos de destaque, acrescentando drive no seu baixo, e tremendo tudo com seu poderoso pequeno Orange (que lhe rendeu a primeira cicatriz de batalha no StringBreaker & the StuffBreakers).

Nas composições, Dilson participa mais ativamente do que os baixistas anteriores, manteno-se sempre disposto a testar e experimentar as maluquices que me vêm a cabeça, o que faz do processo de composição uma experiência empolgante e agradável para mim, de tentativas e escolhas, sempre visando algo interessante e o para o melhor para cada música.

Sou muito grato por poder tocar e conviver com este grande músico, que se tornou para mim mais do que o outro "StuffBreaker", mas também um grande amigo!



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