Por Dilson Siud
"Nem todos os que vagueiam estão perdidos", disse certa vez J. R. R. Tolkien, o ilustre escritor da trilogia "O Senhor dos Anéis". Sabendo que o verbo "vaguear" se refere a caminhar pelos lugares sem ter um destino certo, o quê podemos segurar sobre Mario Fabre é: ele não está perdido. Definitivamente. Iniciando na música com o cavaquinho aos 7 anos e baterista desde os 14, aos 16 Mario já se apresentava em bares pela cidade de São Paulo. A partir daí, estudou com uma série de diferentes grandes professores, como Maurício Leite, Lilian Carmona, Dirceu Medeiros e John Riley, tendo ingressado também na Escola Municipal de Música Erudita de São Paulo e na The Collective School of Music of New York, nos EUA. Conciliado aos estudos, o músico integrou as bandas Mandado de Busca, Cidadão Cinza e Bala de Prata, que chegou a apresentar seu material autoral em clubes da capital paulistana e programas de TV.
Entre 1989 e 1991, Mario foi o responsável pelas baquetas da Spirit Blues, um dos maiores destaques paulistanos do gênero, tendo explorado os domínios do Funk Rock com a banda Salamandra e da música instrumental com a Triathlon. Deixar o metal de lado? Jamais. Junto da Soul of Honor, Mario registrou o álbum de estreia da banda, intitulado de "Ancient Blood", lançado em 1993 pela Eldorado/Sony. Ainda nos anos 1990, acompanhou o cantor Eduardo Araújo, participou do cenário dos bailes com a banda Santa Maria e também do cenário televisivo, tocando bateria no programa global Sai de Baixo.
O extenso currículo de Mario Fabre ainda inclui trabalhos com o trio Junk, André Cristovam, Blues Etílicos, Faiska, Leo Jaime, Ana Cañas, Marcos Ottaviano e muitos outros, além dos internacionais Howard Levy, Mark Ford, Mark Hummel, Bruce Ewan, Hubert Salim e Hook Herrera.
Desde 2010, Mario Fabre também cuida das bateras do Titãs, tendo tocado no ao vivo "Cabeça Dinossauro Ao Vivo" e em todos os outros shows da banda.
Trabalhos Solo e Material Didático Em 2001, Mario lançou seu primeiro álbum solo, "Brazilian Floor", e em 2006, um DVD homônimo. Em 2008, veio o segundo álbum, "Rock", e em 2013, foi a vez de " 11 8". Um outro grande destaque da obra do baterista é a sua bibliografia didática, iniciada em 2008 com o método "Pedal Duplo Integração".
Seu mais recente lançamento na área é o "Manual Básico de Modulações Rítmicas Sobrepostas".
"É um assunto que seduz a todos nós, músicos", afirma Fabre sobre a modulação rítmica, o principal assunto abordado em seu novo material. Ele explica ainda que nunca havia encontrado um livro sequer que tratasse especificamente desse assunto.
Escrito à mão de forma simples e gradual, este manual auxilia o estudante no domínio das modulações rítmicas, sejam elas sobrepostas ou não, e principalmente, o permite entender como inserir essa nova linguagem em situações do dia-a-dia da música, seja no autoral ou como sideman.
Fizemos algumas perguntas ao bateristas, confira as respostas no vídeo
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